10/03/2021

Leitura - O Homem de Giz

Publicado em março de 2018 pela Editora Intrínseca, "O Homem de Giz" é o romance de estreia da britânica C. J. Tudor, que atuou em várias funções até se encontrar na escrita. O livro faz o leitor duvidar de todos os personagens e perder o fôlego nas várias reviravoltas. Alternando habilidosamente entre presente e passado, O Homem de Giz traz o melhor do suspense: uma história com personagens cativantes, cenas de horror bem escritas, ambientação e clima de mistério.
"Afinal, quem somos nós além da soma de nossas experiências, das coisas que aprendemos e colecionamos ao longo da vida? Sem isso, não passamos de um conjunto de pele, ossos e vasos sanguíneos."
Título: O Homem de Giz
Autora: C. J. Tudor | Editora: Intrínseca | Número de páginas: 272
Sinopse: Em 1986, Eddie e os amigos passam a maior parte dos dias andando de bicicleta pela pacata vizinhança em busca de aventuras. Os desenhos a giz são seu código secreto: homenzinhos rabiscados no asfalto; mensagens que só eles entendem. Mas um desenho misterioso leva o grupo de crianças até um corpo desmembrado e espalhado em um bosque. Depois disso, nada mais é como antes.

Em 2016, Eddie se esforça para superar o passado, até que um dia ele e os amigos de infância recebem um mesmo aviso: o desenho de um homem de giz enforcado. Quando um dos amigos aparece morto, Eddie tem certeza de que precisa descobrir o que de fato aconteceu trinta anos atrás.
Alternando de forma habilidosa o passado, 1989, com presente, 2016, o leitor não se perde ou se confunde, já que a autora consegue passar a mudança de atmosfera com a passagem dos anos, não só nos personagens, ao demonstrar suas alterações físicas, mas também no ambiente, evidenciado os efeitos do tempo.

Em poucas páginas é possível se familiarizar com o clima pacato de cidade pequena dos anos 1980, com o senso de comunidade desses lugares onde todos parecem se conhecer e saber da vida uns dos outros. O mesmo ocorreu nos capítulos do presente, 2016, pois como se trata da mesma cidade, apenas separada pelo tempo, essa sensação de intimidade e familiaridade se manteve.
A autora ainda aborda várias temáticas polêmicas, como — assassinato, estupro, bullying e o fervor religiosos carregado de hipocrisia.

O livro é de leitura fácil, rápida e cativante, achei os diálogos muito bem escritos, dinâmicos e passam bem a personalidade de cada personagem. É uma história com cenas de horror bem representado, não só na violência, mas na ambientação e clima de mistério muito bem construídos, o final de cada capítulo tem um gancho irresistível para o próximo.

Aquele tipo de história que tem uma escalada de tensão bem trabalhada, onde você sabe que vai acontecer algo, mas que te surpreende mesmo assim.
Além da história envolvente, a edição da Intrínseca traz um projeto gráfico primoroso e qualidade esplêndida, a capa é um show a parte, simulando um quadro negro onde o título e a ilustração parecem mesmo feitos a giz. As manchas brancas e a textura da capa aumentam ainda mais essa sensação.

A contracapa e a lombada também reproduzem essas características com diversos homenzinhos de giz preenchendo o espaço e perguntas que mexem com a curiosidade do leitor. 
Os capítulos são divididos por páginas pretas e exibem o ano em que cada um se passa com tinta branca. As páginas são amareladas e em seu exterior pretas, a diagramação é ótima e proporciona uma leitura agradável.
ONDE COMPRAR:
E você? Já leu "O Homem de Giz"? E se sim, o que achou? Me conta nos comentários.

Nenhum comentário

Postar um comentário